A Comissão de Infraestrutura iniciou na escola um projeto há muito tempo acalentado: o manejo ecológico das águas de chuva que chegam ao nosso terreno.
Com a ocorrência de eventos climáticos cada vez mais extremos, precisamos nos preparar para minimizar danos e tornar nossa relação com o meio ambiente mais sustentável.
Para tocar o trabalho, o grupo conta com a assessoria do engenheiro ambiental Leonardo Tannous, especialista em design permacultural e infreaestrutura verde. O profissional realizou o estudo das áreas do colégio para desenhar um projeto permacultural hídirico.
A iniciativa tem grande importância ambiental: ela evitará a sobrecarga nos cursos d’água do entorno, pois direcionaremos para eles um volume muito menor de água.
Jardins de chuva
Durante as férias, a equipe de Leonardo pôde criar dois jardins de chuva em áreas estratégicas: um no canteiro em frente à biblioteca e outro no espaço da Educação Infantil, próximo às gangorras. As plantas desses locais foram removidas cuidadosamente para que os trabalhadores pudessem abrir buracos de 1,30 metro de profundidade. Dentro de cada um deles, foram acomodadas 75 caixas plásticas de feira, envolvidas por mantas drenantes e cobertas por uma grande camada de brita. A terra e as plantas foram então colocadas de volta.
Com essa técnica, muito utilizada na Europa, o solo ganha um grande espaço “oco” entre as caixas, com capacidade para filtrar e armazenar até 5 mil litros d’ água, suficiente para suportar chuvas de até 50 mm. “Isso significa que a maior parte das chuvas do ano ficará retida nos jardins. Para garantir a vazão em dias de chuva muito intensa, foram construídas tubulações-ladrão que direcionarão a água para as etapas seguintes de filtragem e tratamento”, explica Leonardo.
No espaço próximo à biblioteca e à sala do Relacionamento, que alaga quando chove, o piso de cimento e tijolos foi substituído por bloquetes. Esse material permite que a água seja drenada e direcionada para as tubulações-ladrão.
O mesmo piso e sistema serão instalados em frente à quadra, que quando chove recebe um volume muito grande de água do telhado do ginásio.
Drenagem
Outra etapa crucial do projeto realizada em julho foi a criação de um sistema de captação e drenagem no pátio das pedrinhas, que redirecionará parte do fluxo d’ água para a rua, diminuindo o risco de inundações na porção mais baixa do terreno.
Esse trabalho vem sendo custeado com recursos doados pela família da professora Ana Cândida, que faleceu em 2020, depois de quase 40 anos de dedicação à escola.
Dona Ana manifestou em vida o desejo que parte de seu espólio fosse doada para o Colégio Micael e usada num projeto relacionado às artes ou à preservação da natureza. Um presente inestimável para a nossa comunidade neste ano em que celebramos 45 anos de fundação.